Três livros sobre design que você, programador, deveria ler

Sou da opinião de que todo programador deveria saber um pouco de design e todo webdesigner deveria ter noção de programação. Essas duas carreiras caminham lado a lado e dependem muito uma da outra. São ainda profissões imprescindíveis nos dias de hoje.

Para nós programadores, conhecer um pouco de design, na teoria e na prática, representa fazer sistemas claros e com um alto grau de usabilidade. Representa não utilizar elementos e cores desnecessários. Representa saber organizar melhor as informações disponibilizadas para o usuário. Além disso, representa também apresentações mais bonitas em eventos e palestras!

Os três livros abaixo marcaram minha vida profissional e me deram lições e pontos de partida importantes para desenvolver sistemas e aplicações mais atraentes e descomplicadas. Grids, tipografia e mensagens para o usuário formam um pacote sólido para qualquer designer amador.

Grid Systems: Principles of Organizing Type

Kimberly Elam

Grid Systems: Principles of Organizing Type

Este livro é uma bela introdução a utilização de grids no design. Apesar de ser voltado totalmente para mídia impressa, Grid Systems: Principles of Organizing Type mostra exemplos que serão muito úteis para o desenvolvimento de interfaces web.

A utilização de grids é uma das maneiras mais fáceis para um programador organizar a informação do seu site, aplicativo etc. O livro de Kimberly Elam aborda também conceitos como tipografia e relevância de títulos. A publicação ainda vem acompanhada de transparências que explicam a diagramação de posters e mostram diversas aplicações em um mesmo grid 3x3.

Defensive Design for the Web

37signals

Defensive Design for the Web

Pouca gente conhece este livro dos pais dos best-sellers Getting Real e Rework. O fato é que é um livro essencial para qualquer desenvolvedor. Mensagens e tratamento de erro em sistemas são sofríveis. O livro tenta acabar com coisas como “Segmentation Fault” e “Fatal Error” e ensina técnicas de como exibir mensagens de erros mais amigáveis e inteligentes.

O ponto forte são os exemplos reais do que fazer e do que não fazer. Apesar do livro ser um pouco antigo, as lições continuam bem atuais.

Stop Stealing Sheep & Find Out How Type Works

Erik Spiekermann

Stop Stealing Sheep & Find Out How Type Works

Assim como a utilização de grids, a tipografia é uma outra ferramenta essencial para o design e para facilitar o trabalho de desenvolvedores.

Uma frase do primeiro capítulo do livro define bem seu espírito:

“Tipografia não é uma arte para poucos escolhidos, mas sim uma poderosa ferramenta para qualquer um que tem algo a dizer e precisa dizê-lo impresso ou em uma tela”

Mais do que um livro sobre tipografia, Stop Stealing Sheep & Find Out How Type Works é um livro sobre comunicação e sobre como fazê-lo. E, cá entre nós, comunicação não é e nunca foi o ponto forte de programadores.

Bônus: User Interface Design For Programmers

Joel Spolsky

http://www.joelonsoftware.com/uibook/fog0000000249.html

Joel Spolsky, em 2001, escreveu um artigo seminal explicando design de interfaces para programadores.

Apesar de antigo e voltado para aplicações desktop, o texto continua bastante atual. Nas palavras de Joel Spolsky:

“Eu acho que grande parte do medo dos programadores de programar a interface do usuário vem do seu medo do design de interfaces. […] Na verdade, eu acho que design de interfaces é bem fácil e bem racional.”


Não tenha medo e nem ache que a criação de interfaces para sistemas é um bicho de sete cabeças, uma coisa mágica. É mesmo um processo lógico e envolve muito mais organização de conteúdo e títulos do que qualquer outra coisa. Simples atos, como a utilização de um grid e a aplicação correta de tipografia já melhoram quase que totalmente o visual da sua aplicação.

É claro que, quando você precisar de qualquer coisa profissional, você deve contratar um designer. Estes livros servirão de base para seus trabalhos pessoais, seu blog e suas apresentações (o que tem de apresentação ilegível de programadores por aí não é brincadeira).